Ensaio sobre a loucura
- Warley Lamartine Correia
- 27 de nov. de 2016
- 1 min de leitura
E assim proclamou a loucura:
Tudo o que tenho são restos...
São traços, opacos, sem rosto.
Tudo o que era sólido se desmancha, se esvaece...
Nada tão comum numa vida tão irreal, onde os muros que nos cercam são paredes de jornal.
Nada é de verdade, nada é duradouro,
Os sorrisos, as lembranças, são apenas vagas impressões de uma vontade criada à luz da escravidão.
As pessoas são tão frias, são tão frágeis, quase não são!
Só existem para dizer ou pelo menos para mostrarem ser.
Na cidade de papel, os dias nunca tem fim.
A vida passa, o vento sopra, enquanto você dorme, enquanto você morre.
E nessa fricção não se dá pra contestar, não se dá pra se aproximar, pois nada que se faça irá trazer de volta, tudo aquilo que um dia acreditei existir.
Tudo aquilo que sonhei fazia parte apenas de mim, do meu mar de incertezas... Assim, somos apenas pensamentos, orações que eu já não sei.
Está tudo sem sentido, está tudo invertido, humanos sob escombros.
Aqui agora a vida rasteja, o amor já sucumbiu.
Nada agora nos resta, até a última centelha de esperança já se apagou.
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